Locobreques

Denominado classe Z na São Paulo Railway e construídas na Inglaterra por Kerr Stewart e Robert-Stephenson entre os anos de 1899 e 1930,(fig 01) foram designadas para trabalhar especificamente nos planos inclinados da Serra Nova entre Paranapiacaba e Piassaguera (fig02 e 03), essas locomotivas eram empregadas no sistema de cabo sem fim, comparável ao circuito de um teleférico ou ao contrapeso de um elevador, o peso da composição que sobe alivia o peso da composição que desce tendo as composições peso equivalente de modo que a máquina fixa em cada Patamar tracionando trabalhe com o mínimo de esforço e o cabo de aço com o mínimo de desgaste.(fig04).

 

Fig 01: Fotografia de fábrica de uma das Locobreques.

Fig. 02: Pátio de Paranapiacaba em plena atividade.

Fig 03: Pátio de Piassaguera em plena atividade.

Fig. 04: Uma das máquinas fixas que puxavam os cabos de aço.

A Serra Nova funcionou entre os anos de 1900 e 1983 comercialmente com composições de passageiros, (fig 05) carga, (fig 06) trens de subúrbio de aço inox que serviram a Baixada Santista (fig 07) e mistos com carros para atender os funcionários da serra e suas famílias que residiam nos patamares, (fig 08) entre 1985 e 1991 em uma parceria da ABPF com a Rede Ferroviária Federal em caráter turístico, do quinto para o quarto patamar. (figs 09 e 10).

 

Fig 05: Locobreque tracionando trem de passageiros.

Fig. 06: Locobreque tracionando trem de carga.

Fig 07: Locobreque tracionando trem de subúrbio de aço inox.

Fig. 08: Locobreque com trem misto.

Fig 09: Operação turística em parceria com a ABPF.

Fig. 10: Operação turística em parceria com a ABPF.

De um total de 20 unidades adquiridas, atualmente encontram-se em estado de recuperação, as unidades 07, 14, 17 e 20 dentro do Museu de Paranapiacaba.
Na área compreendida da regional São Paulo no bairro da Mooca, encontram-se as unidades de números 03, 04 e 11 (figs 11 e 12) também em aguardo de processo para restauro e preservação.

 

Fig 11: Locobreques nº 4.

Fig. 12: Locobreque nº 11.

A unidade de número 02, encontra-se recuperada cosmeticamente, através do esforço de abnegados funcionários da CPTM, de fronte as Oficinas da Estação da Luz (fig13).
Já na área externa a estação de Jundiaí, ponto final da Linha 7 da CPTM e da antiga Estrada de ferro Santos a Jundiaí encontra-se a unidade de número 16 (fig14).

 

Fig 13: Locobreque nº 2 nas Oficinas da Luz.

Fig. 14: Locobreque nº 16 na estação de Jundiaí.

Infelizmente, algumas unidades não tiveram a mesma sorte das preservadas, tendo o seu estado de conservação degradado o que inviabiliza um processo de restauro ou preservação. Três dessas unidades podem ser vistas na área do acesso a Paranapiacaba pela parte baixa da vila (fig15).

 

Fig 15: Locobreques na entrada da Vila de Paranapiacaba..

  • Fabricantes: Kerr, Stewart & Co. e Robert Stepheson & Co.
  • Data de fabricação: 1900 e 1901
  • Tipo: 0-4-0T “Four-wheeler”
  • Cilindros: 342,9mm x 406,4mm (diâmetro x curso)
  • Diâmetro das rodas motrizes: 914,4mm
  • Peso total: 40.000kg (locomotiva em ordem de marcha)
  • Esforço de tração: 4.685kg
  • Bitola: 1,60m
  • Ferrovia original: São Paulo Railway e Estrada de Ferro Santos a Jundiaí

Voltar